terça-feira, 29 de setembro de 2009

CINISMO


Eu não tenho a menor vocação pra ser revolucionária. O máximo que sei fazer é reclamar de como a vida é injusta.
Por que eu simplesmente não vou lá e faço algo pra que a injustiça se amenize? Eu te digo por que: porque eu sou uma grande preguiçosa burguesa. É isso o que eu sou. Apóio a porra do capitalismo que só mata mais gente de fome, que massacra quem não consegue acompanhá-lo, mil pessoas morrem de frio na rua e a única coisa que consigo pensar é “coitados”. Eu odeio a pessoa na qual me tornei.
E ainda querem falar de educação. O que é educação nesse Brasil que uma grande parte é analfabeta? O que é educação nessa cidade em que as pessoas nem olham na cara dos mendigos ou deixam que eles cheguem perto delas por medo de serem assaltadas? Eu sou uma delas. Não, de forma alguma, não tenho medo de mendigos. Tenho medo da humanidade. Tenho medo da frieza com que nós tratamos os outros. Tenho medo de mim mesma. Deixar com que as pessoas passem na minha frente no ônibus não vai fazer com que o mundo melhore.
Quero fazer alguma coisa.
Talvez eu esteja mesmo errada, que todos os meus conceitos sejam parte de um grande bolo de lixo, que devemos dar dinheiro pra esses caras ainda que eles vão beber, talvez eu devesse parar de reclamar tanto da vida e enxergasse além do meu umbigo.
Preciso crescer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário